terça-feira, 24 de abril de 2007

Que desilusão!

Santos e São Paulo tiveram diferentes destinos no Campeonato Paulista. Apesar dos caminhos distintos, um aspecto em comum: a decepção. Os comandados de Muricy e Luxemburgo tiveram atuações abaixo da média nos dois jogos das semifinais. Sentir uma profunda decepção, portanto, foi inevitável. Jogadores importantes das duas equipes foram motivos de desapontamento. Zé Roberto, Cléber Santana, Kléber, Hugo, Jadílson e Leandro são exemplos claros de atletas que decepcionaram. E o pior de tudo: a força de ambos os conjuntos não foi capaz de compensar as fracas atuações individuais.
No caso específico do São Paulo, além da fraca atuação da equipe, outro fator explica a eliminação do time tricolor. Deve-se comentar a competente partida realizada pelo time de Dorival Júnior. O São Caetano foi muito eficiente técnica e taticamente (o Santos que se cuide!). E a verdade é que prefiro ressaltar as qualidades do Azulão no confronto com o Tricolor, do que as falhas cometidas pela equipe do Morumbi. Dentro da competência tática mencionada, cito a forte marcação do São Caetano como fator decisivo para o sucesso do time no Paulistão. Destaque para Gleydson e para os zagueiros Thiago e Maurício.
Por falar em forte marcação, essa foi a principal virtude do Bragantino no torneio. Marcelo Veiga conseguiu formar uma equipe bem consistente na parte defensiva. Nesse caso, a defesa foi realmente o melhor ataque. Afinal, segurar durante dois jogos o poder ofensivo santista é uma tarefa que merece ser destacada. Mesmo com a desclassificação, os jogadores do Bragantino se despediram do campeonato como verdadeiros heróis.
No final das contas, acredito que Santos e São Paulo vão tirar boas lições dessas partidas. Depois dos sustos que passaram, acho difícil que essas equipes repitam atuações um tanto quanto pífias. Pelo menos esses times já sabem o que devem – e o que não devem fazer – para evitar futuras desilusões.

segunda-feira, 16 de abril de 2007

Chegou o salvador da pátria?

Paulo César Carpegiani foi apresentado nesta segunda-feira como o novo treinador do Corinthians. Sem dúvida essa foi uma contratação que surpreendeu a todos, ou pelo menos a grande maioria. O que esperar de Carpegiani no Timão? Não sei. A dúvida, para mim, é a única certeza. Aliás, independentemente do técnico que assumisse o Corinthians nos dias de hoje, acredito que a minha reação seria absolutamente a mesma: de puro ceticismo. O fato é que, em princípio, não dá para se esperar muita coisa do novo comandante. Não vejo Carpegiani como um técnico do mais alto nível, embora tenha realizado trabalhos competentes, como no Flamengo na década de 80 e na seleção paraguaia que disputou a Copa de 1998. Entretanto, esse não é o principal argumento que já me faz colocar em xeque o trabalho do treinador antes mesmo de tê-lo começado. Os argumentos mais fortes são velhos conhecidos da torcida corintiana...
Quais são eles? Falta de comando, ambiente político conturbado, ausência de um planejamento para o time, elenco defasado, etc. Convenhamos que trabalhar dentro dessa realidade não é uma tarefa das mais fáceis. Como mudar essa situação? Bem, ou com uma enorme reforma na direção político-administrativa do clube ou com a chegada de um verdadeiro “salvador da pátria”. Mas como Paulo César Carpegiani não é esse “salvador”, fica difícil vislumbrar um futuro de sucesso para o time de Parque São Jorge. Ainda mais quando já na chegada do treinador, o glorioso presidente corintiano o apresenta como “Paulo César Castegiani”, ou alguma coisa do tipo.

sexta-feira, 13 de abril de 2007

Zebras do futebol

Não é tão raro as “zebras” passearem no universo futebolístico. Resultados inesperados vivem surpreendendo os amantes do futebol. Sendo assim, é bom torcedores de Santos e São Paulo ficarem com os olhos bem abertos. Isso porque as “zebras” Bragantino e São Caetano apostam praticamente todas as suas fichas nas semifinais do Paulistão. A equipe de Bragança tem uma oportunidade única para comprovar seu ressurgimento no cenário do futebol paulista. Já o São Caetano pode apagar definitivamente a má impressão deixada no último Campeonato Brasileiro. No entanto, mesmo se jogarem tudo o que sabem, dificilmente essas equipes terão algum êxito nessa fase semifinal. Uma vitória sobre Santos ou São Paulo já será considerada uma tremenda “zebra”. O que dizer então de uma classificação para a final. É, eu sei, isso é inimaginável.
O futebol apresentado pelos pupilos de Muricy Ramalho e Luxemburgo tem sido de bom nível. Ninguém é capaz de duvidar da enorme superioridade dessas grandes equipes em relação aos seus adversários. Conseqüentemente, pensar em uma desclassificação antecipada de qualquer uma dessas agremiações é uma tarefa bastante difícil. Para se apostar em uma “zebra” nesses confrontos, é preciso ter muita coragem.
Situação semelhante acontece na final da Taça Rio. O favoritismo do Botafogo é claro. Ninguém arrisca dizer que a Cabofriense será a adversária do Flamengo na decisão do Campeonato Carioca. Em ambos os casos, aliás, creio que os admiradores do bom futebol devam estar torcendo para que os favoritos cheguem às finais. Ou alguém duvida que os confrontos Santos x São Paulo e Flamengo x Botafogo serão absolutamente espetaculares? Acho que não. Até porque esses são, atualmente, os melhores times do futebol paulista e carioca. Mesmo assim, tais equipes não devem subestimar seus compromissos. Tratar seus adversários com desdém talvez seja a única forma de se permitir o aparecimento das “zebras”.

segunda-feira, 9 de abril de 2007

Reforço?
Observando o desempenho de certos jogadores nos campeonatos estaduais, conclui que os dirigentes dos clubes e a mídia precisam, no universo do futebol, substituir, ou pelo menos utilizar com mais critério, a palavra “reforço”. Isso mesmo, estou falando exatamente daqueles atletas que chegam aos clubes com grande “status”, ou ao menos “com a pinta” de que serão bastante úteis para a equipe. São aqueles jogadores contratados pelos clubes e tidos como “reforços”. Mas será que eles são reforços realmente?
Alguns sim e outros não. Aliás, parece que a maioria não é. Como está difícil encontrar em um time algum jogador que mostre que o investimento feito nele não foi em vão. Nesse aspecto, noto que os clubes estão saindo prejudicados na famosa relação custo x benefício. A verdade é que muitos desses atletas taxados de “reforços” chegam às equipes, no máximo, para compor elenco. Isso quando ainda servem para tanto. É fato que um número considerável desses jogadores (os “reforços”) não está rendendo aquilo que o clube e a torcida esperam. E não dá para falar que as torcidas não são pacientes com os novos atletas que estão vestindo a camisa do seu clube do coração. Mas paciência tem limites! Os torcedores, assim como os próprios dirigentes, esperam dos contratados, se não resultados imediatos, pelo menos resultados efetivos em um tempo não muito longo.
Exemplos desses “reforços” não faltam:
Fluminense: Carlos Alberto, Luiz Alberto, Rafael Moura
Flamengo: Roni
São Paulo: Reasco, Frédson
Palmeiras: Leandro
Corinthians: Gustavo, Wellington, Marcos Tamandaré
Mas é claro que existem as exceções. Existem atletas que, logo que vestem a camisa do novo time, já jogam como se estivessem há vários anos naquela agremiação. Mesmo assim, proponho que os dirigentes e a mídia não chamem mais os jogadores contratados de reforços. É melhor esperar que os jogadores mostrem dentro de campo que merecem receber esse rótulo. Afinal, o competente passado de um jogador em outro clube não é suficiente para torná-lo um reforço para o novo time.

segunda-feira, 2 de abril de 2007

Crônica de uma eliminação anunciada

Em seu livro “Crônica de uma morte anunciada”, o escritor Gabriel Garcia Marquez fala sobre a evidente morte de um personagem. O autor, ao longo de todo o livro, deixa absolutamente claro – desde o início – que o referido personagem não vai escapar da morte; isso por x motivos. O livro não contém mistério ou surpresa nesse sentido: sabemos qual será o destino exato do personagem.
A situação do Corinthians no Campeonato Paulista me lembrou muito a história dessa obra. O insucesso da equipe na competição ficou certo desde o começo: brigas entre clube e parceiro (MSI), ausência de liderança dentro e fora de campo, falta de comando, constante saída de jogadores no decorrer do campeonato, fracas contratações, etc. Todos esses fatores só poderiam levar para um caminho, o caminho da derrota, da decepção, da eliminação. E assim foi.
Com exceção dos torcedores mais fanáticos, todos sabiam que o time de Parque São Jorge dificilmente colheria frutos no Paulistão. A pífia campanha da equipe começou a ser traçada bem cedo, e a eliminação precoce do torneio foi ficando cada vez mais evidente. Acredito que o fato do Corinthians ter ficado de fora das semifinais do Campeonato Paulista não foi surpresa para ninguém. Assim como estava anunciada a morte do personagem, estava anunciada também a desclassificação corintiana.